[…] o olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. […]


No Blog da Companhia das Letras encontrei hoje as “cartas para tempos de isolamento”. Transcrevo a seguir um trecho de uma delas.

Manoel de Barros deixou uma obra carregada de sensibilidade e leveza, e tornou-se um dos poetas mais populares do país. Nesta carta de 1995 à mestranda Sheila Moura Hue, ele responde a um questionário sobre sua formação e destaca o isolamento como alimento para a imaginação.
[…] O que alimenta meu espírito não é ler. É inventar. Fui criado no mato isolado. Acho que isso me obrigava a ampliar o meu mundo com o imaginário. Inventei meus brinquedos e meu vocabulário. […] Minha curiosidade intelectual nunca foi por histórias nem por indague sobre a vida e a morte — essas metafísicas. Eu gostava das frases, de preferência as insólitas. Este depoimento acho que não vai prestar pra sua tese. Mas eu tive boa vontade. Eu queria explicar que o menino isolado criou sozinho seu alimento espiritual. Assim que é: o olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. […] 

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